Bispo / Senador Marcelo Crivella entrevistado no Programa do Jô.
Ha! Ficou impressionado com o titulo né???? "Bispo/Senador Marcelo Crivella entrevistado no Programa do Jô" , ai vc pensa, "desde quando, algum convidado do Jô é entrevistado, ao invés de ser obrigado a assistir um show particular de exibicionismo de Jô Soares????" tudo bem, mas a intenção é mostrar o fato como é. Ou como deveria ser, sei lá....
Frase marcante na entrevista:
"Porque o R.R. Soares precisa daquela mulher ? (aquela que faz linguagem de sinais no canto da tela) Não era mais fácil um anjo vir e curar os surdos????"
huahauahuahauhauahuahau!!!! eu ri, e muito disso.
O fato é que o bispo/senador estava no programa, e respondeu (quando o jô deixou) à algumas perguntas.... mas na minha opinião tava mais para debate do que para entrevista...
Uma das coisas que o bispo falou (como senador, no caso....) foi sobre a nova lei contra a homofobia aprovada no senado recentemente.... existe um paragráfo que diz respeito a falar mal, ou ou se expressar contrario ao homosexualismo, "crime de opinião" é no que se enquadrará este "crime"..... e desde quando nessa porra de país que permite que crianças sejam assasinadas por menores de idade que ao completarem 18 anos terão as fichas limpas que nem o prato em que comemos, pode se tornar crime ter opinião sobre algum fato????? Sinceramente fiquei chocado com isso.
Confesso que não estava dando total atenção para a entrevista, (show pessoal de exibição do Jô) mas parava o que estava fazendo sempre que o assunto era religião. Não pude deixar de notar que o Jô se mostrou totalmente contra um projeto do pórprio senador/bispo que beneficia a cultura religiosa, projeto este que que cria a possibilidade das empresas utilizarem a Lei Rouanet para investirem em projetos de cunho cultural religioso, tais como reformas de igrejas históricas, produções teatrais, musicais, filmes, livros e obras do gênero.
Acho que a casta artistica não gostou disso, talvez pelo fato de não terem investimentos na area deles, e pelo fato de haver "igrejas históricas" no paragráfo, q foi o que causou a controvérsia -sem contar que isso seria supostamente mais uma fonte de renda para algumas igrejas-. O jô colocou no telão, o depoimento de varios atores/artistas falando sobre a malfadada lei, todos contra é claro, o que deixou o bispo um pouco constrangido. -eu ri da cara dele- Tentando defender seu (frágil) ponto de vista ele disse:
"Se vai beneficiar entidades culturais, que precisam, pq não colocar a palavrinha "igreja histórica" no paragráfo???"
Agora o Jô sem conseguir defender o ponto de vista dele de forma coerente solta:
"Hum.... Porque não horas!!!!"
-desta vez eu ri da cara do Jô- Para os maniqueístas de plantão, informo que não se trata de defender o senador Crivella. Mas foi Gandhi quem lembrou: afirmar que política e religião não se misturam é não entender nem de política nem de religião.
Para os que me conhecem pessoalmente sabem que eu não sou um dos maiores fãs de politicos cristãos praticantes fanáticos, -pelo simples fato de insistirem em restringir pesquisas com células tronco e todas essas coisas que podem beneficiar muita gente, com o simples argumento que "não é coisa de deus, é religiosamente anti-ético"- mas vendo pelo ponto de vista do senador Crivella (claro, quando o Jô deixou ele se expressar...hauhauahuahauhau!!!!)
É fácil acusar Crivella, mas difícil entender porque ele está errado. Cesar Maia, o laico, reformou diversas igrejas católicas, deu um cheque de R$ 4 milhões para o cardeal e reformou uma mesquita por R$ 733 mil. E quem diz que ele mistura política e religião? Ninguém. Mas Cesar, que é esperto, não fala sobre o assunto. Por um silogismo falso, chega-se a uma conclusão igualmente falsa. Todavia, não é a política menor o tema deste texto.
A religião tem, antes de tudo, uma função nobre na nossa sociedade e, de fato, o uso atual que se faz dela não é tão nobre assim.... e os politicos que se elegeram por conta dela, muitas vezes não se dão ao respeito de serem "Homens de Deus" quando estão governando este país....
Agora no fato da bendita lei que define como crime expressar opinião contrária ao homosexualismo para mim não passa de hipocrisia e falso moralismo.
aqui o discurso do bispo na câmara no dia da votação:
Esse video serve muito bem para ilustrar a postagem, pois ele se assemelha em muito com o que ele falou no programa do Jô.
Na hora em que o Jô falou sobre a tal bandeira que o bispo levanta contra os homosexuais, já logo pensei, "pronto, com certeza, o Jô vai desbancar esse Bispo!!!!", porém ele se julgou muito esperto.... ele queria usar as palavras do próprio bispo contra ele mesmo, o que na minha opinião não teve o efeito esperado....
Jô- "A sua igreja, condena os homosexuais, e os taxa como -doentes- sinalizando como se os homosexuais escolheram ser o que são...."
Crivella- "Pra mim (homossexualidade) não é natural, pra mim é pecado, é a minha fé quem diz isso"
Sem argumentos, o Jô teve de usar de sarcasmo novamente:
"Não vejo ninguém lá em cima barrando quem é viado!"
hauahuahuahuahuahuahauhauhauhau, novamente eu ri. ri da cara do Crivella, por ele não ter o que falar depois da crise de risos do auditório, e ri da cara do Jô, por ele n ter um argumento melhor p rebater a fé do bispo, em que homosexualismo é pecado.
Agora um ponto da entrevista que para mim bastou para mostrar que se fosse um debate (se é que não era) o bispo tinha ganhado de 2 X 1, 2 x 1 pq no assunto lei Rouanet mesmo o Jô não mostrando um ponto de vista firme e com base, todo mundo sabe que neste ponto o bispo tb não teria uma teoria forte o suficiente nem,para convencer uma criança de 6 anos, ou seja, ponto p o Jô, mas na questão liberdade de expressão (no caso da lei de homofobia q considera crime falar mal de homosexuais) e sobre seu projeto de controle de natalidade (q é o que falaremos agora) o bispo mostrou que o Jô só havia convidado o bispo p debochar de sua cara, promover sua própria imagem e mostrar apenas o seu ponto de vista dos fatos. Ponto p o bispo/senador.
Perguntado sobre seu projeto de controle de natalidade, para o senador, jovens de baixa renda deveriam se esterelizar de graça em hospitais do governo, desde que tenham dois filhos, mais de 22 anos, e passem por uma avaliação psicológica. Jô cita a Biblia: "E o crescei e multiplicai-vos?". "Crescei e multiplicai-vos desde que possa criar seus filhos", rebate o senador. "Ah, mas isso não está escrito na Bíblia", devolve o entrevistador com tom de sarcasmo.
Essa entrevista, me fez chegar a conclusão de que o Programa do jô não é um programa de entrevistas, definitivamente. É um circo, onde só pode haver o Jô no picadeiro no centro das atenções.
2 comentários:
Criminalizar uma opinião é realmente um regulamento drástico. Contudo, no Brasil se tornou crime criticar um negro por ele ser negro. Isso foi um modo de tentarmos evitar que uma situação discriminatória se propagasse para as próximas gerações. A proibição da expressão dessa opinião foi necessária para que nós, brasileiros, diminuíssemos a discriminação contra os negros.
Atualmente, o Brasil enfrenta um cenário violento contra os gays. Nós nos tornamos o país em que mais homossexuais são mortos dentre os países de estatísticas confiáveis. Somos o país mais violento contra os gays do mundo (incluíndo países em que é proibido o sexo entre homens). Nesse caso, é pertinente uma medida drástica, que, sim, evite que um pai eduque seus filhos para achar "homossexualismo" errado. E vejo que ele, em defesa de sua opinião (futuramente criminosa), percebe muito bem que as próximas gerações não considerarão homossexualidade errada se uma lei dessa for passada. Torço para que nossa sociedade se torne menos violenta contra os gays (e suponho que você saiba minha opinião sobre a lei).
compreendo seu ponto de vista, mas acho que seria bem melhor, programas de re-educação, para que homosexuais fossem bem aceitos pela parte da população (na mioria religiosos fanáticos) que tem preconceitos,palestras sobre o assunto,em escolas, uma mudança na nossa constituição, visando dar aos homosexuais o direito que todo cidadão heterosexual tem de se casar, e receber os beneficios de uma relação estável e legalizada, tal como receber pensão no caso de morte do parceiro e esse tipo de coisa, ou mesmo leis que os defendam, mas sem tirar o direito de outro cidadão expressar sua opinião livremente...
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